Hoje, o simples se
complexifica e o complexo é simplificado. Vivenciamos cada vez mais o efêmero,
o aligeirado. Afastamo-nos a cada instante com maior intensidade de nós mesmos
(as). Perdemos àquela simplicidade e preconizamos o complexo. Nada é mais tão simples
como antes...
Lembra-se daquele tempo
em que enxergávamos tudo com um colorido diferente? E àqueles momentos em que
nos deixávamos envolver pelos sentimentos... ? Bate uma saudade que aperta o
peito não é... ? E aqueles sorrisos? Aquelas palavras ditas sem medo? E o que
seu coração expressava através de seu olhar? E as amizades... ? Eita
saudade....
Ahh... Relembrar de
tudo isso é como despertar um mundo adormecido... Esquecido em meio a tantas
responsabilidades... Ao próprio medo de construirmos o ser que realmente somos...
Ê minha gente, parece
que ao “crescermos” somos empurrados a ser o que é “melhor ao olhar geral”...
Perdemos a especificidade do nosso próprio olhar. Receamos sentir, externar e
viver na simplicidade... Tudo nos foi complexificado...
Nós não mais nos
permitimos apreciar o nascer do sol. Quando nos damos conta o entardecer já se
foi, a noite chegou e não podemos parar um instante sequer para admirar a lua e
as estrelas que a embelezam. Esquecemo-nos daquele abraço apertado que podíamos
dar e receber sem nada necessitar em troca...
Medo de abraçar? Parece
até mentira não é? Mas é a pura realidade que nos circunda. Ou você consegue lembrar
o último abraço dado e/ou recebido sem receio de ser “mal” interpretado? Se
sim, ÓTIMO!!! Caso não lembre, muito bem vindo (a) ao mundo adulto, de “gente
grande”. Onde o colorido não é mais o mesmo, onde o sorrir não é mais expressão
contínua do correr das horas... E onde o ser que éramos não corresponde ao que
realmente sentimos. Bem vindo (a) ao mundo em que a simplicidade é
distanciada e a complexidade se aproxima e se faz permanecer... Esse é o nosso
mundo!!!
Até quando? Eis a
“bendida” indagação...
Até quando relegaremos o sentir viver ao intenso
complexificar? E aquelas lembranças de sermos quem realmente éramos? Ficaram apenas no passado distante?
Reveja-se! Reflita sobre si! E aproveite enquanto a tempo de resgatá-las.
O
amanhã pode não chegar e o melhor de hoje pode desaparecer em meio a escuridão
do não ser de agora... O tempo está correndo...